Responsabilidade
Socioambiental
1.
Responsabilidade
socioambiental
é a responsabilidade que a empresa tem com a sociedade e com o meio ambiente além
das obrigações legais e econômicas.
2.
Conceito
Apesar de ser
um termo bastante utilizado, é comum observarmos erros na conceituação de
responsabilidade socioambiental, ou seja, se uma empresa apenas segue as normas
e leis de seu setor no que tange ao meio ambiente e a sociedade esta ação não
pode ser considerada responsabilidade socioambiental, neste caso ela estaria
apenas exercendo seu papel de pessoa jurídica cumprindo as leis que lhe são
impostas.
O movimento em
prol da responsabilidade socioambiental ganhou forte impulso e organização no
início da década de 1990, em decorrência dos resultados da Primeira e Segunda
Conferências Mundiais da Indústria sobre gerenciamento ambiental, ocorridas em
1984 e 1991.
3.
Parâmetros
Nos anos
subsequentes às conferências surgiram movimentos cobrando por mudanças sociais,
científicas e tecnológicas. Muitas empresas iniciaram uma nova postura em
relação ao meio ambiente refletidas em importantes decisões e estratégias
práticas, segundo o autor Melo Neto (2001) tal postura fundamentou-se nos
seguintes parâmetros:
• Bom
relacionamento com a comunidade;
• Bom
relacionamento com os organismos ambientais;
• Estabelecimento
de uma política ambiental;
• Eficiente
sistema de gestão ambiental;
• Garantia de
segurança dos empregados e das comunidades vizinhas;
• Uso de
tecnologia limpa;
• Elevados
investimentos em proteção ambiental;
• Definição de
um compromisso ambiental;
• Associação
das ações ambientais com os princípios estabelecidos na carta para o
desenvolvimento sustentável;
• A questão
ambiental como valor do negócio;
• Atuação
ambiental com base na Agenda 21 local;
• Contribuição
para o desenvolvimento sustentável dos municípios circunvizinhos.
4.
Adesão
Atualmente,
muitas empresas enxergam a responsabilidade socioambiental como um grande
negócio, são duas vertentes que se destacam neste meio:
(a) Primeiramente,
as empresas que investem em responsabilidade sócio-ambiental com intuito de
motivar seus colaboradores e principalmente ao nicho de mercado que preferem
pagar mais por um produto que não viola o meio ambiente e investe em ações
sociais;
(b) A segunda
vertente corresponde a empresas que investem em responsabilidade
sócio-ambiental com o objetivo de ter materiais para poderem investir em
marketing e passar a imagem que a empresa é responsável sócio-ambientalmente.
Esta atitude não é considerada ética por muito autores que condenam empresas
que tentam passar a imagem de serem éticas, porém na realidade estão
preocupadas apenas com sua imagem perante aos consumidores.
Apesar de ser
um tema relativamente novo, o número de empresas que estão aderindo a
responsabilidade sócio-ambiental é grande e a tendência é que este número
aumente cada dia mais.
5.
História
Em 1998, o
Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Business
Council for Sustainable Development - WBCSD), primeiro organismo internacional
puramente empresarial com ações voltadas à sustentabilidade, definiu
Responsabilidade socioambiental como "o compromisso permanente dos
empresários de adotar um comportamento ético e contribuir para o
desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de
seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um
todo". Pode ser entendida também como um sistema de gestão adotado por
empresas públicas e privadas que tem por objetivo
providenciar a inclusão social
(Responsabilidade Social) e o cuidado ou conservação ambiental
(Responsabilidade Ambiental).
É adotado por
empresas e escolas. As principais ações realizadas são: inclusão social,
inclusão digital, coleta seletiva de lixo, educação ambiental, dentre outras.
Este tipo de
prática ou política tem sido adotado desde a década de 1990, entretanto a luta
pela sociedade e principalmente pela natureza é mais antiga, por volta da
década de 1920.
O ápice da
luta ambiental se deu por volta dos anos 70 quando organizações não
governamentais ganharam força e influência no mundo.
Com a
internacionalização do capital (globalização), o uso dos recursos naturais
pelas empresas de maneira intensa e quase predatória, ou seja, sem a devida
preocupação com os possíveis danos, foi fortemente combatida desde a década de
1970 pelos movimentos ambientalistas. As empresas, no intuito de ganhar a
confiança do novo público mundial (preocupado com a preservação e o possível
esgotamento dos recursos naturais), procuraram se adaptar a essa nova tendência
com programas de preservação ambiental - utilização consciente dos recursos
naturais. Muitas buscam seguir as regras de qualidade idealizadas pelo programa
ISO 14000 e pelo Instituto Ethos.
A partir da
Revolução Industrial ocorrida na Europa no século XIX, a utilização de
materiais, dos recursos naturais e a emissão de gases poluentes foram
desenfreados. Em contrapartida, no inicio do séc. XX alguns estudiosos e observadores
já se preocupavam com a velocidade da destruição dos recursos naturais e com a
quantidade de lixo que a humanidade estava produzindo. O movimento
ambientalista começou a engatinhar na década de 1920. Passados os anos, este
movimento ganhou destaque na década de 1970 e tornou-se obrigatório na vida de
cada cidadão no momento atual. Conceitos como Gestão Ambiental, Desenvolvimento
Regional Sustentável, Biodiversidade, Ecossistema, Responsabilidade
Socioambiental ganharam força e a devida importância.
Responsabilidade
socioambiental (RSA) é um conceito empregado por empresas e companhias que
expressa o quão responsáveis são as mesmas para com as questões sociais e
ambientais que envolvem a produção de sua mercadoria ou a realização de
serviços, para com a sociedade e o meio ambiente, buscando reduzir ou evitar
possíveis riscos e danos sem redução nos lucros.
A
Responsabilidade Socioambiental corresponde a um compromisso das empresas em
atender à crescente conscientização da sociedade, principalmente nos mercados
mais maduros. Diz respeito à necessidade de revisar os modos de produção e
padrões de consumo vigentes de tal forma que o sucesso empresarial não seja
alcançado a qualquer preço, mas ponderando-se os impactos sociais e ambientais
conseqüentes da atuação administrativa da empresa.
São exemplos
de programas e projetos de Responsabilidade Socioambiental: inclusão social,
inclusão digital, programas de alfabetização, ou seja, assistencialismo social,
coleta de lixo, reciclagem, programas de coleta de esgotos e dejetos, e
questões que envolvem: lixo industrial, reflorestamento versus desmatamento,
utilização de agrotóxicos, poluição, entre outros.
Em 1987, o
documento Our Common Future (Nosso
Futuro Comum), também conhecido como Relatório Brundtland, apresentou um novo
conceito sobre desenvolvimento definindo-o como o processo que “satisfaz as
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
suprir suas próprias necessidades”. Assim fica conhecido o conceito de
desenvolvimento sustentável.
6.
Linha do Tempo
- Crescimento do Conceito de Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental
• 1929- Constituição de Weimar
(Alemanha) – Função Social da Propriedade;
• 1960- Movimentos pela
Responsabilidade Social (EUA);
• 1971- Encontro de Founex (Suíça)
• 1972- Singer publica o que foi
reconhecido como o primeiro balanço social do mundo;
• 1972- ONU – resolução 1721 do
Conselho Econômico e Social – estudos sobre o papel das grandes empresas nas
relações internacionais;
• 1973- PNUMA Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Genebra)
• 1977- determinação da publicação do
balanço social - relações do trabalho (França);
• 1992 - ECO 92 ou CNUMAD (Conferencia
das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento) – Criação do
Projeto Agenda 21;
• 1997- Betinho de Souza e IBASE
incentivam publicação do balanço social;
• 1999 - Criação do Selo “Empresa
Cidadã”;
• 1999 - 1ª Conferência Internacional
do Instituto Ethos;
• 2000 - ONU e o Pacto Global;
Sustentabilidade
começa a ser vista como algo presente no dia a dia da empresa, pois além das
atividades produtivas, envolve o tratamento dado ao meio ambiente e sua
influência e relacionamento com fornecedores, público interno e externo e com a
sociedade, práticas de governança corporativa, transparência no relacionamento
interno e externo, postura obrigatória para as empresas de âmbito mundial, cuja
imagem deve agregar o mais baixo risco ético possível.
Não é correto
confundir responsabilidade socioambiental com filantropia, pois esta se realiza
de forma aleatória e não sistematizada ao contrario da RSA ou do DRS que busca
contribuir de forma assertiva em seus projetos.
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